segunda-feira, 5 de julho de 2010

DESAFIOS NO TREINO...


Como o Aikido é uma arte marcial de técnicas que necessitam amplamente de um parceiro para serem executadas, é preciso saber distinguir o limite entre colaborar/facilitar X travar/não se deixar levar facilmente.
Quem treina Aikido sabe que nos primeiros anos de treino, se não houver uma pequena colaboração do Uke ( quem sofre a técnica), fica praticamente impossível de se executar o movimento e obviamente, de se treinar Aikido, visto que a mesma é uma arte complexa, sofisticada e de muitos detalhes.
No entanto, percebe-se em muitos praticantes, sentimentos ambíguos perante seus parceiros, ambos prejudiciais ao treino verdadeiramente marcial.
Vamos a eles:
Vejamos um exemplo: Tori ( quem executa a técnica), não consegue deslocar com energia e eficiência , seu uke. Seu ego nessa circunstância, indispõe-se e ele começa a usar a força. O Insucesso persiste. Tomado de vaidade e irritação, persiste no erro, usando de brutalidade , treinando de forma errônea e perigosa, pois poderá facilmente causar uma lesão ao seu parceiro.
Diante de tal possibilidade, acontece o inevitável: Uke acaba facilitando o movimento, deixando-se levar falsamente. NEste momento, criou-se uma perigosa ilusão para o tori: A de que ele obteve êxito na técnica e que portanto, está evoluindo no AIkido.

Vejamos outro exemplo: Uke confunde o sentimento de não se deixar levar facilmente e trava o movimento de seu parceiro. Agora, ele está criando um sentimento de frustração no Tori, e a falsa sensação de não estar evoluindo como praticante.

Tais situações, infelizmente repetem-se rotineiramente e demonstram a fragilidade psicológica do ser humano.
Para se treinar, a importância do parceiro, de seu ataque e de seu acompanhamento sincero, são vitais para o sucesso na evolução.
É preciso portanto caminhar na verdade, para que o "EU" e o "OUTRO", evoluam verdadeiramente, com sabedoria e humildade.

Um comentário:

  1. Ótimo, Erika! Maravilhosa a compreensão. Poderia perfeitamente transportar essa compreensão para os meus treinos de Judô quando mais jovem... certo de que, assim, aquela prática enriqueceria a mim e a meus colegas enquanto seres humanos.
    Bjos!

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